terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Se agora me esquecer, nada que a vista alcança
parecerá mudado. E a sombra, exata e móvel,
seguirá com sossego o caminho dos vivos.

A noite selará com minúcia meus olhos
e àcinza de meu rosto o mais agudo sonho
vestígio não trará dos derrotados mitos.

No meu dia seguinte encontrareis aquela
consequência de ser clarividente e pronta
- livre continuação de destinos antigos.

(Ah, mas se eu te esquecer ficará pelo mundo,
morto e desenterrado, um vago prisioneiro,
entregue à dúbia lei de seus cinco sentidos!

Amarga morte: suposta vida...)

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